Conceitos Geográficos
1. SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: HUCITEC, 1997
2. SANTOS, Milton. Por uma economia política da cidade: o caso de São Paulo. São Paulo: HUCITEC, 1994
Paisagem
Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc. (BB1, pg.61)
A dimensão da paisagem é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos. (BB1, pg.62)
A paisagem artificial é a paisagem transformada pelo homem, enquanto grosseiramente podemos dizer que a paisagem natural é aquela que ainda não foi mudada pelo esforço humano. Se no passado havia a paisagem natural, hoje essa modalidade de paisagem praticamente não existe mais. Se um lugar não é fisicamente tocado pelo homem, ele, todavia, é objeto de preocupações e de intenções econômicas ou políticas. (BB1, pg.64)
Espaço
O espaço seria um conjunto de objetos e de relações que se realizam sobre estes objetos; não entre estes especificamente, mas para quais eles servem de intermediários. Os objetos ajudam a concretizar uma série de relações. O espaço é resultado da ação dos homens sobre o próprio espaço, intermediado pelos objetos, naturais e artificiais. (BB1, pg.71)
O espaço é o resultado da soma e da síntese, sempre refeita, da paisagem com a sociedade feita através da espacialidade. A paisagem tem permanência e a espacialidade é um momento. A paisagem é coisa, a espacialização é funcional e o espaço é estrutural. (BB1, pg. 73)
Divisão do trabalho
com a evolução dos sistemas de engenharia, a própria noção de tempo muda: o tempo da produção, o tempo da circulação, o do consumo e da realização da mais valia. Quanto mais evoluem os sistemas de engenharia, mais coisas se produzem em menos tempo. Também se transportam objetos em menos tempo, o consumo se faz imediatamente (BB1, pg. 81)
A nova divisão internacional do trabalho tem, entre os necessários suportes dos seus atores hegemônicos, a necessidade de artificializar ainda mais o meio de vida e de trabalho, assim como a própria vida. Uma tecnosfera – natureza tecnicizada com base científica – e uma psicosfera também artificializada – aparecem como condições sem as quais o presente momento histórico não se afirmaria. (BB2, pg. 17-18)
A divisão do trabalho é uma das categorias fundamentais da economia política e é, também, uma das chaves para a explicação da distribuição, sobre a Terra, dos homens e das atividades. A história do mundo e de cada nação é, ... , a história da sucessão das formas de produção e da distribuição social e territorial das tarefas. As divisões sucessivas do trabalho ensejam uma determinada disposição dos objetos geográficos, dando-lhes a cada momento, um valor novo. (BB2, pg. 125)